sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Metamorfose Ambulante


RAUL SEIXAS
Composição: Paulo Coelho/ Raul Seixas

Prefiro ser
Essa metamorfose ambulante
Eu prefiro ser
Essa metamorfose ambulante
Do que ter aquela velha opinião
Formada sobre tudo
Do que ter aquela velha opinião
Formada sobre tudo...

Eu quero dizer
Agora o oposto
Do que eu disse antes
Eu prefiro ser
Essa metamorfose ambulante
Do que ter aquela velha opinião
Formada sobre tudo
Do que ter aquela velha opinião
Formada sobre tudo...

Sobre o que é o amor
Sobre o que eu
Nem sei quem sou
Se hoje eu sou estrela
Amanhã já se apagou
Se hoje eu te odeio
Amanhã lhe tenho amor
Lhe tenho amor
Lhe tenho horror
Lhe faço amor
Eu sou um ator...

É chato chegar
A um objetivo num instante
Eu quero viver
Nessa metamorfose ambulante
Do que ter aquela velha opinião
Formada sobre tudo
Do que ter aquela velha opinião
Formada sobre tudo...

Sobre o que é o amor
Sobre o que eu
Nem sei quem sou
Se hoje eu sou estrela
Amanhã já se apagou
Se hoje eu te odeio
Amanhã lhe tenho amor
Lhe tenho amor
Lhe tenho horror
Lhe faço amor
Eu sou um ator...

Eu vou desdizer
Aquilo tudo que eu
Lhe disse antes
Eu prefiro ser
Essa metamorfose ambulante
Do que ter aquela velha opinião
Formada sobre tudo
Do que ter aquela velha opinião
Formada sobre tudo
Do que ter aquela velha opinião
Formada sobre tudo...

Do que ter aquela velha, velha
Velha, velha, velha
Opinião formada sobre tudo...

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Liberdade


Qual é o preço da liberdade? Analisando esta questão procurei refletir na essência do que realmente é ser livre. Para tanto pesquisei alguns pontos e um dos vários tipos de classificações que fazem sobre o tema em questão. 

“Em filosofia, "liberdade" designa, de uma maneira negativa, a ausência de submissão, de servidão e de determinação, isto é, ela qualifica a independência do ser humano. De maneira positiva, liberdade é a autonomia e a espontaneidade de um sujeito racional. Isto é, ela qualifica e constitui a condição dos comportamentos humanos voluntários.”

Porém analisando por outra ótica podemos verificar a posição de pensadores como Descartes, Spinoza e Sartre  a respeito do assunto.

“Descartes viu a liberdade como espontaneidade. Uma causa espontânea é uma causa não motivada por algo exterior e sim uma própria decisão sua, apesar de depender de algo como, dinheiro ou bens materiais, sua decisão o torna livre.
Para Descartes, age com mais liberdade quem melhor compreende as alternativas em escolha. Quanto mais claramente uma alternativa apareça como a verdadeira, mais facilmente se escolhe essa alternativa.
Pessoas ignorantes realizam escolhas indiferentemente, e por isso são menos livres do que as pessoas esclarecidas.”

“Para Spinoza, ser livre é fazer o que segue necessariamente da natureza do agente. A liberdade suscita ao homem o poder de se exprimir como tal, e obviamente na sua totalidade. Esta é também, a meta dos seus esforços, a sua própria realização.
Apesar de muitas vezes associarmos o conceito de liberdade à decisão e determinação constante, esta não será bem assim, já que a nossa vida é condicionada a cada ousadia e passo. A deliberação, está então conduzida pelo envolvente humano, no qual se inserem as leis físicas e químicas, biológicas e psicológicas. Caso contrário passa a chamar-se libertinagem. Associada à liberdade, está também a noção de responsabilidade, já que o acto de ser livre implica assumir o conjunto dos nossos actos e saber responder por eles.
No geral, ser livre é ter capacidade para agir, com a intervenção da vontade”.

“Para Jean-Paul Sartre, a liberdade é a condição ontológica do ser humano. O homem é, antes de tudo, livre. O homem é livre mesmo de uma essência particular, como não o são os objetos do mundo, as coisas. Livre a um ponto tal que pode ser considerado a brecha por onde o Nada encontra seu espaço na ontologia. O homem é nada antes de definir-se como algo, e é absolutamente livre para definir-se, engajar-se, encerrar-se, esgotar a si mesmo.
A liberdade humana revela-se na angústia. O homem angustia-se diante de sua condenação à liberdade. O homem só não é livre para não ser livre, está condenado a fazer escolhas e a responsabilidade de suas escolhas é tão opressiva, que surgem escapatórias através das atitudes e paradigmas de má-fé, onde o homem aliena-se de sua própria liberdade, mentindo para si mesmo através de condutas e ideologias que o isentem da responsabilidade sobre as próprias decisões”.

Em todas essas colocações feitas pelos pensadores, me identifico mais com a de Sartre, pois nos tornamos prisioneiros e nossas angústias e daí não nos achamos livres, pois as escolhas que temos que fazer  muitas vezes se tornam contraditórias àquilo em que acreditamos e queremos. Muitas vezes é mais fácil colocarmos um peso maior nas ações que estão ao nosso redor e acabamos “vomitando” nossas angústias na pseudo falta de liberdade.

 “O homem sempre se fez prisioneiro de angústias, medos, culpas, solidão, impossibilidade de agir, padrões pré determinados, doutrinas, normas, dogmas etc. Pode então libertar-se buscando o autoconhecimento e realizando-se. Tornando-se responsável por suas escolhas.”
                                                                                               Por Iria Regina (Hécate)

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Cântico Negro

José Régio

"Vem por aqui" — dizem-me alguns com os olhos doces
Estendendo-me os braços, e seguros
De que seria bom que eu os ouvisse
Quando me dizem: "vem por aqui!"
Eu olho-os com olhos lassos,
(Há, nos olhos meus, ironias e cansaços)
E cruzo os braços,
E nunca vou por ali...
A minha glória é esta:
Criar desumanidades!
Não acompanhar ninguém.
— Que eu vivo com o mesmo sem-vontade
Com que rasguei o ventre à minha mãe
Não, não vou por aí! Só vou por onde
Me levam meus próprios passos...
Se ao que busco saber nenhum de vós responde
Por que me repetis: "vem por aqui!"?

Prefiro escorregar nos becos lamacentos,
Redemoinhar aos ventos,
Como farrapos, arrastar os pés sangrentos,
A ir por aí...
Se vim ao mundo, foi
Só para desflorar florestas virgens,
E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!
O mais que faço não vale nada.

Como, pois, sereis vós
Que me dareis impulsos, ferramentas e coragem
Para eu derrubar os meus obstáculos?...
Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós,
E vós amais o que é fácil!
Eu amo o Longe e a Miragem,
Amo os abismos, as torrentes, os desertos...

Ide! Tendes estradas,
Tendes jardins, tendes canteiros,
Tendes pátria, tendes tetos,
E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios...
Eu tenho a minha Loucura !
Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura,
E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios...
Deus e o Diabo é que guiam, mais ninguém!
Todos tiveram pai, todos tiveram mãe;
Mas eu, que nunca principio nem acabo,
Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.

Ah, que ninguém me dê piedosas intenções,
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga: "vem por aqui"!
A minha vida é um vendaval que se soltou,
É uma onda que se alevantou,
É um átomo a mais que se animou...
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou
Sei que não vou por aí!

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

O Caminho da Vida


O Caminho da Vida


"O caminho da vida pode ser o da liberdade e da beleza, porém nos extraviamos.
A cobiça envenenou a alma dos homens... levantou no mundo as muralhas do ódio... e tem-nos feito marchar a passo de ganso para a miséria e morticínios.
Criamos a época da velocidade, mas nos sentimos enclausurados dentro dela. A máquina, que produz abundância, tem-nos deixado em penúria.
Nossos conhecimentos fizeram-nos céticos; nossa inteligência, empedernidos e cruéis. Pensamos em demasia e sentimos bem pouco.
Mais do que de máquinas, precisamos de humanidade. Mais do que de inteligência, precisamos de afeição e doçura. Sem essas virtudes, a vida será de violência e tudo será perdido."

(O Último discurso, do filme O Grande Ditador) - Charles Chaplin

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Minha Personalidade


Senhora das encruzilhadas.

Hécate é uma Deusa que tem inúmeros atributos e provavelmente seja a Deusa menos compreendida da mitologia grega. Ela não reina apenas sobre
a bruxaria, a morte, mas também sobre o nascimento, o renascimento e a
renovação.

Ela era evocada pelos gregos para protege-los dos perigos e das maldições.
Para uns era filha de Perseu e Asteria e mãe de Scyylla, para outros era filha de Nyx, a noite. Alguns historiadores dizem que ela era apenas um das Fúrias e que ganhou proeminência com o tempo.

Historicamente, Hécate é uma Deusa que se originou nos mitos dos antigos karianos, no sudoeste da Asia menor, e foi assimilada na religião grega a partir do seculo 6 a.C.

Hekat, uma antiga palavra egipcia que significa "Todo o poder",e que pode ser a origem do nome Hécate. Entre os romanos era chamada de Trívia, em virtude de sua conexão com as encruzilhadas triplices.

Outra possibilidade para o significado de seu nome esta nas relações das frases: "Ela que trabalha seu desejo" e o mais comum seria "Aquela que é distante' ou "A mais brilhante"!

Hécate foi adotada pela mitologia Olimpica após os Titãs serem derrotados, e seu culto perdurou entre os gregos até tempos tardios. Era considerada tão importante que os gregos acreditavam que o proprio Zeus lhe rendia culto e oferendas e teria-lhe concedido o direito de compartilhar com Ele o poder de conceder ou reter os desejos dos humanos e os domínios da Terra,céus e mares.

Existiram pouquíssimos Templos dedicados a Hécate e os poucos que foram encontrados são de escassa informação ou não totalmente documentados. Muitos dos Santuários devotados a Ela eram pequenos e não tinham grandes ou preciosos materiais.

Existem estátuas que a representam, mas são quase todas copias romanas e é difícil saber o quão fiés elas sejam das originais.
Considerada uma Deusa Triplice, classicamente fazia uma trindade com Perséfone e Deméter. Ao contrário da visão moderna pagã, Hécate era considerada a donzela, enquanto Perséfone era a mãe e Deméter a anciã.

Hécate era evocada nas encruzilhadas durante à noite. Suas representações mostram-na carregando tochas e muitas vezes aparecendo como uma Deusa Tríplice com três faces. Oferendas eram deixadas à ela nas margens das estradas e nos cruzamentos.

Era a padroeira das Bruxas e em alguns lugares da Tessália, cultuada por grupos exclusivos de mulheres sob a luz da Lua.

A Deusa possui inúmeros titulos.

Como Propylaia, que significa:"Aquela que fica na frente do portão", Hécate oferecia proteção contra o mal,especificamente contra espiritos malígnos e maldições. Neste aspecto, seu culto era realizado nos portões de entrada, onde estátuas eram colocadas em sua homenagem.